Olá escritores! Como vão? O post de hoje é diferente dos que já estão acostumados a ler aqui no blog, isso porque é a estreia de um novo quadro. O diário de escrita é um registro do processo de criação, com todos os avanços no desenvolvimento de uma história e os conhecimentos adquiridos nesse período. Por isso, esse é o nome do blog, por mais que as dicas que eu compartilhe aqui com vocês, sejam coisas que eu já conheça por ter lido em algum lugar ou até mesmo descoberto com o passar do tempo, acho interessante ver a aplicação disso. Eu adoro ver diários de escrita de outros autores e espero que também gostem de acompanhar o meu e que ele sirva para, de alguma forma, inspirar e motivar vocês. 

Eu venho trabalhando há algum tempo para desenvolver o hábito de escrever todos os dias por, pelo menos, 25 minutos e na última semana eu me saí relativamente bem nesse quesito. Eu parei por cerca de uma ou duas horas em cinco dias alternados, para me dedicar à escrita. É um número bom, o que quase compensa os dias que não escrevi devido a um trabalho do colégio e à criação de conteúdo pro blog, mas apesar de uma boa quantidade de tempo dedicado, os resultados não são tão impressionantes devido ao período gasto com planejamentos. Foram cerca de 5000 palavras escritas, dividas em dois projetos:

• A Maldição dos Guardiõesque atualmente é o meu foco, consumiu cerca de 3500 palavras e fiquei muito feliz pois agora alcancei a segunda parte do livro já que houve a travessia do primeiro limiar. Com isso, coloquei a história em hiatus no Wattpad para fazer uma revisão e então prosseguir com a escrita. Estou muito animada!

• Na semana passada, iniciei um projeto secundário que ainda não tem nome, com minha melhor amiga. Ainda estamos concentradas no planejamento, mas escrevemos um pouco no começo da semana e são daí que surgem as 1500 palavras que faltam na soma. Também estou bem animada com esse projeto, pois é diferente de tudo que já escrevi na vida e estou me divertindo muito com essa nova experiência, daqui um tempo espero poder falar dessa história com vocês.

E é isso, passei praticamente a semana toda com bastante inspiração, dando uma leve desacelerada somente agora no fim de semana. Claro que as férias ajudaram, me dando bastante tempo e tranquilidade pra escrever, gostaria que fosse assim sempre! Haha.

Mas e você? Como está o andamento dos seus projetos? Faça seu próprio diário aqui nos comentários, vou adorar saber de tudo! Até mais!


Sugestão de leitura:


Na segunda-feira, falei dos primeiros seis estágios da Jornada do Herói, clique aqui caso ainda não tenha lido. Agora que você já está a par sobre eles, vamos aos restantes, o desfecho de nossa história.
Imagem retirada do blog Escrito Expresso.
07. Aproximação do objetivo: o herói tem êxito durante suas provações.
Esse é um ótimo momento, para evitar um clichê que pode atrapalhar o andamento da história: o herói invencível. Com a aproximação do objetivo, seu herói já deve ter definido seus limites pois, como veremos adiante, ele enfrentará seu maior inimigo e para designar emoção a esse momento, o personagem não pode ser mais forte que ele, sendo assim, de que adianta? Nós sabemos que ele vai vencer. Usando nosso antigo exemplo, Harry passa por todas as suas provações com alguns escorregões e ajuda de seus aliados e começam a surgir suspeitas de que Snape esteja por trás dos estranhos acontecimentos do mundo bruxo.

08. Provação máxima: O auge da crise.
Esse é o momento que todos os problemas aparecem de uma vez e mostram-se seguros por um fio muito frágil sobre a cabeça do herói, é a hora de colocar seus leitores para roer as unhas e acreditar que realmente tudo vai dar errado. Como quando Harry e seus amigos estão totalmente convencidos de que Snape irá roubar a pedra filosofal e decidem impedi-lo, mas no meio do caminho tem que enfrentar o cão de três cabeças, quase morrem sufocados presos ao visgo do diabo, Rony acaba inconsciente durante o xadrez bruxo e no fim de tudo, na última etapa, Harry está sozinho e acaba diante de seu maior inimigo: Lord Voldemort.

09. Conquista da recompensa: passada a provação, o herói conquista a recompensa.
Depois de tanto sofrimento, seu herói merece uma recompensa, não é? Vamos lá, sinta-se a vontade para parabenizá-lo por tamanha bravura e deixá-lo alcançar seus objetivos, como é o caso de Harry, que consegue deter Voldemort e salvar a pedra filosofal.

10. Caminho de volta: após ter conseguido seu objetivo, ele retorna ao mundo anterior.
Você pode terminar sua história por aqui, mas note que eu disse "mundo anterior" e não mundo comum. Harry acorda no hospital, vivo e na companhia de Dumbledore.

11. Depuração/Ressurreição: Outro teste que o herói precisa.
Se em sua história ainda existem enredos com as pontas soltas, é hora de amarrá-las. Ressalte-os e coloque o herói novamente em crise, na tentativa de resolver os problemas remanescentes. Harry faz diversas perguntas à Dumbledore, o que acaba deixando subentendido que Voldemort ainda não foi derrotado. Alguns detalhes ainda não revelados sobre a noite, são esclarecidos com Rony e Hermione. Há ainda a festa de fim de ano, onde a Grifinória vence a copa das casas, graças aos três amigos e o resultado dos exames.

12. O retorno transformado: O herói retorna ao mundo comum.
Agora sim, esse é o ponto final de sua história. Seu herói pode de fato voltar ao mundo comum, descrito no início da história, mas isso raramente acontece, sempre existe algo diferente. Há também a possibilidade de o mundo comum do personagem agora ser outro, mais semelhante ao mundo especial do começo. Essa decisão, obviamente, fica ao seu critério. No desfecho de nosso exemplo, Harry retorna para a casa dos tios e, como uma das regras dos bruxos é não usar magia no mundo dos trouxas, sua nova realidade é até bem parecida com o princípio, mas seus tios não sabem disso e Harry promete aos amigos que irá se divertir com o fato.

E aí, pessoal, estão mais inspirados? Desde que comecei a usar a Jornada do Herói em minhas histórias, tudo começou a fluir com muita facilidade, é um mapa ótimo pra quem, como eu, tem dificuldade de organizar as ideias. Espero de verdade, que seja tão útil para vocês, como foi para mim. Não se esqueça de comentar, me contando sobre isso. Até mais!


A Jornada do Herói é um termo frequentemente atribuído ao enredo. Você tem um herói (que não necessariamente é um super-herói, mas sim, seu protagonista seja ele como for) que vai percorrer um caminho ao decorrer da história. Superficialmente, essa sequencia de acontecimentos é chamada de jornada do herói, mas a correta atribuição do termo é à fórmula existente por trás dessa jornada ficcional, que pode vir a servir de grande ajuda para o planejamento de suas histórias.

A teoria desenvolvida pelo antropólogo Joseph Campbell é na verdade um conceito de narratologia que consiste, basicamente, em três sessões: a partida, a iniciação e o retorno. É possível aplicá-la sem dificuldade à mitos antigos como, por exemplo, de divindades gregas.
Alguns anos depois, o roteirista Christopher Vogler, apresenta uma releitura para essa teoria, o que a torna, em minha opinião, mais simples de ser compreendia e aplicada em variados gêneros. Nela, temos doze estágios da jornada do herói, desenvolvidos no livro The Writer's Journey (A Jornada do Escritor).

Imagem retirada do blog Escrito Expresso.
01. Mundo comum: o herói é apresentado em seu dia-a-dia.
A primeira e mais importante dica para evitar clichês utilizando esse método, é você não seguir todos os estágios à risca. Por exemplo aqui, você tem a apresentação do seu personagem, então você deve buscar causar uma boa impressão, será o primeiro contato do leitor com seu herói, cative-o. Tratar-se do mundo comum, não significa que a vida do seu personagem deve ser mundana para o leitor, mas sim, para o personagem. Ele deve estar em sua zona de conforto, seja esta extraordinária ou ordinária. Por exemplo: Em Harry Potter e a Pedra Filosofal, a autora inicia a narrativa com a rotina da família Dursley e aos poucos, vai introduzindo a presença do protagonista. Essa fase só se concluí de fato, ao fim do primeiro capítulo e somente no segundo é que Harry é apresentado em seu mundo comum, sendo acordado pela tia, durante a manhã, em seu armário embaixo da escada.

02. O chamado à aventura: A rotina do herói é quebrada por algo inesperado ou incomum.
É chegada a hora de colocar em prática seus primeiros planos, esse é o momento para criar uma situação incrível que tire seu personagem da zona de conforto e acredito que seja o estágio mais difícil de se cair em um clichê, pois os motivos para cada história se iniciar, geralmente são únicos. No nosso exemplo, Harry é tirado de seu mundo comum com a chegada da carta de Hogwarts.

03. Recusa do chamado: O herói recusa ou demora a aceitar o desafio/aventura.
Esse é um estágio em você pode aplicar outra dica: não usar todos . Sim, você pode cortar alguns e esse é um deles, seu herói pode aceitar o chamado de cara, ele só precisa de motivos. Mas se resolver usar, lembre-se de também apresentar motivos para a recusa. Harry não atende ao chamado de imediato pois os tios não permitem, roubando suas cartas e tentando desviar o garoto de seu destino.

04. Encontro com o mentor: Encontro com alguém ou uma situação, que force o herói a tomar uma decisão.
Autoexplicativo, não é?! Aqui você pode começar a inserir a presença de aliados ou de inimigos. Se na sua história tudo que seu herói precisa para seguir em sua aventura, é de um apoio ou de instruções, você pode inserir um de seus aliados ou ainda, criar uma situação surpreendente causada por um de seus inimigos. O leque de opções, é vasto, você nem precisa inserir novos personagens, uma situação decisiva por acontecer e motivar seu herói a correr atrás de seu destino. Novamente, a criatividade é quem manda. J.K. Rolling acrescenta Hagrid à história, que vai até uma ilha no meio do mar resgatar Harry, entregando-lhe, finalmente, sua carta.

05. Cruzamento do limiar: O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial.
Novamente, autoexplicativo, esse é o momento da decisão, a forma como seu herói irá decidir partir em sua jornada. Você pode criar pequenos joguinhos antes disso, no nosso exemplo, a autora cria outro momento de recusa, na cena em que Harry nega-se a acreditar que é um bruxo, mas seu mentor está ali e o convence de que tudo é verdade.

06. Testes, aliados e inimigos (o ventre da baleia): O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial.
Meu vô sempre me diz que em qualquer tipo de texto, existe começo, meio e fim. O ventre da baleia é o meio. Em A Pedra Filosofal, inicia-se quando Harry parte com Rúbeo Hagrid para o beco diagonal e depois para Hogwarts. Ele encontra seus aliados, como Hermione Granger e Ronald Weasley, conhece seus inimigos secundários, como Draco Malfoy e passa por testes, como as aulas e o encontro com um Trasgo Montanhês durante a noite de Halloween, todos esses fatos e muitos outros, fazem parte do ventre da baleia, um estágio que está sujeito facilmente a encher-se de clichês, já que é onde seus personagens revelarão boa parte, se não toda, de suas personalidades e onde grande parte da história irá se desenrolar, portanto, muito cuidado é pouco.

Por enquanto vou parar por aqui na tentativa de não deixar esse post tão grande, na quarta-feira falo sobre os outros seis estágios da jornada do herói, aguardem e não deixem de me contar se este guia de planejamento está lhe sendo útil ou caso tenha alguma dúvida. Até mais!