A Jornada do Herói é um termo frequentemente atribuído ao enredo. Você tem um herói (que não necessariamente é um super-herói, mas sim, seu protagonista seja ele como for) que vai percorrer um caminho ao decorrer da história. Superficialmente, essa sequencia de acontecimentos é chamada de jornada do herói, mas a correta atribuição do termo é à fórmula existente por trás dessa jornada ficcional, que pode vir a servir de grande ajuda para o planejamento de suas histórias.
A teoria desenvolvida pelo antropólogo Joseph Campbell é na verdade um conceito de narratologia que consiste, basicamente, em três sessões: a partida, a iniciação e o retorno. É possível aplicá-la sem dificuldade à mitos antigos como, por exemplo, de divindades gregas.
Alguns anos depois, o roteirista Christopher Vogler, apresenta uma releitura para essa teoria, o que a torna, em minha opinião, mais simples de ser compreendia e aplicada em variados gêneros. Nela, temos doze estágios da jornada do herói, desenvolvidos no livro The Writer's Journey (A Jornada do Escritor).
01. Mundo comum: o herói é apresentado em seu dia-a-dia.
A primeira e mais importante dica para evitar clichês utilizando esse método, é você não seguir todos os estágios à risca. Por exemplo aqui, você tem a apresentação do seu personagem, então você deve buscar causar uma boa impressão, será o primeiro contato do leitor com seu herói, cative-o. Tratar-se do mundo comum, não significa que a vida do seu personagem deve ser mundana para o leitor, mas sim, para o personagem. Ele deve estar em sua zona de conforto, seja esta extraordinária ou ordinária. Por exemplo: Em Harry Potter e a Pedra Filosofal, a autora inicia a narrativa com a rotina da família Dursley e aos poucos, vai introduzindo a presença do protagonista. Essa fase só se concluí de fato, ao fim do primeiro capítulo e somente no segundo é que Harry é apresentado em seu mundo comum, sendo acordado pela tia, durante a manhã, em seu armário embaixo da escada.
02. O chamado à aventura: A rotina do herói é quebrada por algo inesperado ou incomum.
É chegada a hora de colocar em prática seus primeiros planos, esse é o momento para criar uma situação incrível que tire seu personagem da zona de conforto e acredito que seja o estágio mais difícil de se cair em um clichê, pois os motivos para cada história se iniciar, geralmente são únicos. No nosso exemplo, Harry é tirado de seu mundo comum com a chegada da carta de Hogwarts.
03. Recusa do chamado: O herói recusa ou demora a aceitar o desafio/aventura.
Esse é um estágio em você pode aplicar outra dica: não usar todos . Sim, você pode cortar alguns e esse é um deles, seu herói pode aceitar o chamado de cara, ele só precisa de motivos. Mas se resolver usar, lembre-se de também apresentar motivos para a recusa. Harry não atende ao chamado de imediato pois os tios não permitem, roubando suas cartas e tentando desviar o garoto de seu destino.
04. Encontro com o mentor: Encontro com alguém ou uma situação, que force o herói a tomar uma decisão.
Autoexplicativo, não é?! Aqui você pode começar a inserir a presença de aliados ou de inimigos. Se na sua história tudo que seu herói precisa para seguir em sua aventura, é de um apoio ou de instruções, você pode inserir um de seus aliados ou ainda, criar uma situação surpreendente causada por um de seus inimigos. O leque de opções, é vasto, você nem precisa inserir novos personagens, uma situação decisiva por acontecer e motivar seu herói a correr atrás de seu destino. Novamente, a criatividade é quem manda. J.K. Rolling acrescenta Hagrid à história, que vai até uma ilha no meio do mar resgatar Harry, entregando-lhe, finalmente, sua carta.
05. Cruzamento do limiar: O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial.
Novamente, autoexplicativo, esse é o momento da decisão, a forma como seu herói irá decidir partir em sua jornada. Você pode criar pequenos joguinhos antes disso, no nosso exemplo, a autora cria outro momento de recusa, na cena em que Harry nega-se a acreditar que é um bruxo, mas seu mentor está ali e o convence de que tudo é verdade.
06. Testes, aliados e inimigos (o ventre da baleia): O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial.
Meu vô sempre me diz que em qualquer tipo de texto, existe começo, meio e fim. O ventre da baleia é o meio. Em A Pedra Filosofal, inicia-se quando Harry parte com Rúbeo Hagrid para o beco diagonal e depois para Hogwarts. Ele encontra seus aliados, como Hermione Granger e Ronald Weasley, conhece seus inimigos secundários, como Draco Malfoy e passa por testes, como as aulas e o encontro com um Trasgo Montanhês durante a noite de Halloween, todos esses fatos e muitos outros, fazem parte do ventre da baleia, um estágio que está sujeito facilmente a encher-se de clichês, já que é onde seus personagens revelarão boa parte, se não toda, de suas personalidades e onde grande parte da história irá se desenrolar, portanto, muito cuidado é pouco.
Alguns anos depois, o roteirista Christopher Vogler, apresenta uma releitura para essa teoria, o que a torna, em minha opinião, mais simples de ser compreendia e aplicada em variados gêneros. Nela, temos doze estágios da jornada do herói, desenvolvidos no livro The Writer's Journey (A Jornada do Escritor).
Imagem retirada do blog Escrito Expresso. |
A primeira e mais importante dica para evitar clichês utilizando esse método, é você não seguir todos os estágios à risca. Por exemplo aqui, você tem a apresentação do seu personagem, então você deve buscar causar uma boa impressão, será o primeiro contato do leitor com seu herói, cative-o. Tratar-se do mundo comum, não significa que a vida do seu personagem deve ser mundana para o leitor, mas sim, para o personagem. Ele deve estar em sua zona de conforto, seja esta extraordinária ou ordinária. Por exemplo: Em Harry Potter e a Pedra Filosofal, a autora inicia a narrativa com a rotina da família Dursley e aos poucos, vai introduzindo a presença do protagonista. Essa fase só se concluí de fato, ao fim do primeiro capítulo e somente no segundo é que Harry é apresentado em seu mundo comum, sendo acordado pela tia, durante a manhã, em seu armário embaixo da escada.
02. O chamado à aventura: A rotina do herói é quebrada por algo inesperado ou incomum.
É chegada a hora de colocar em prática seus primeiros planos, esse é o momento para criar uma situação incrível que tire seu personagem da zona de conforto e acredito que seja o estágio mais difícil de se cair em um clichê, pois os motivos para cada história se iniciar, geralmente são únicos. No nosso exemplo, Harry é tirado de seu mundo comum com a chegada da carta de Hogwarts.
03. Recusa do chamado: O herói recusa ou demora a aceitar o desafio/aventura.
Esse é um estágio em você pode aplicar outra dica: não usar todos . Sim, você pode cortar alguns e esse é um deles, seu herói pode aceitar o chamado de cara, ele só precisa de motivos. Mas se resolver usar, lembre-se de também apresentar motivos para a recusa. Harry não atende ao chamado de imediato pois os tios não permitem, roubando suas cartas e tentando desviar o garoto de seu destino.
04. Encontro com o mentor: Encontro com alguém ou uma situação, que force o herói a tomar uma decisão.
Autoexplicativo, não é?! Aqui você pode começar a inserir a presença de aliados ou de inimigos. Se na sua história tudo que seu herói precisa para seguir em sua aventura, é de um apoio ou de instruções, você pode inserir um de seus aliados ou ainda, criar uma situação surpreendente causada por um de seus inimigos. O leque de opções, é vasto, você nem precisa inserir novos personagens, uma situação decisiva por acontecer e motivar seu herói a correr atrás de seu destino. Novamente, a criatividade é quem manda. J.K. Rolling acrescenta Hagrid à história, que vai até uma ilha no meio do mar resgatar Harry, entregando-lhe, finalmente, sua carta.
05. Cruzamento do limiar: O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial.
Novamente, autoexplicativo, esse é o momento da decisão, a forma como seu herói irá decidir partir em sua jornada. Você pode criar pequenos joguinhos antes disso, no nosso exemplo, a autora cria outro momento de recusa, na cena em que Harry nega-se a acreditar que é um bruxo, mas seu mentor está ali e o convence de que tudo é verdade.
06. Testes, aliados e inimigos (o ventre da baleia): O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial.
Meu vô sempre me diz que em qualquer tipo de texto, existe começo, meio e fim. O ventre da baleia é o meio. Em A Pedra Filosofal, inicia-se quando Harry parte com Rúbeo Hagrid para o beco diagonal e depois para Hogwarts. Ele encontra seus aliados, como Hermione Granger e Ronald Weasley, conhece seus inimigos secundários, como Draco Malfoy e passa por testes, como as aulas e o encontro com um Trasgo Montanhês durante a noite de Halloween, todos esses fatos e muitos outros, fazem parte do ventre da baleia, um estágio que está sujeito facilmente a encher-se de clichês, já que é onde seus personagens revelarão boa parte, se não toda, de suas personalidades e onde grande parte da história irá se desenrolar, portanto, muito cuidado é pouco.
Por enquanto vou parar por aqui na tentativa de não deixar esse post tão grande, na quarta-feira falo sobre os outros seis estágios da jornada do herói, aguardem e não deixem de me contar se este guia de planejamento está lhe sendo útil ou caso tenha alguma dúvida. Até mais!